quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

De noite


Não é bom. Fiquei parada olhando para o nada na frente desta tela durante uns 20 minutos para escrever sobre os últimos dias, os últimos acontecimentos, os sentimentos bons, o sentimento de perda, as borboletas no meu estômago que não descansam um minuto, todavia não consigo encontrar palavras certas para escrever sobre a realidade.

Bora lá.

Eu por longas horas fiquei calada por um bom tempo, pensando em todas as pessoas, nos meus entes queridos, nas pequenas amizades, e nas grandes amizades, lembrei dos resultados de um silêncio numa hora que era pra falar.
Pela primeira vez em 22 anos eu passei uma noite toda em claro (literalmente), preocupada com as pequenas pessoas frágeis que estavam perto de mim, me senti como se fosse responsável pelo sono delas, pela segurança, mesmo eu sendo uma pessoa sem coragem e tão frágil quanto elas. Deus naquela noite me deu uma força divina, uma coragem que não era minha e um cuidado com aqueles que estavam ali o qual até então eu nunca tive com ninguém.
Naquela noite estava eu e mais 4 pessoas na casa, um bom chefe de família, um soldado valoroso o qual luta para dar o melhor para sua esposa e filhos. Uma moça/mulher (minha amiga mais cabeça) cansada, sem boas esperanças para o dia seguinte, ela dormiu um sono tão leve que até uma respiração um pouco mais alta acordaria ela. A terceira, uma menina/moça, ela estava assustada, com medo de tudo, machucada, cheia de saudades daqueles que estavam longe, eu consegui ver no rosto dela a tristeza de uma criança que perde um amigo querido, e ao mesmo tempo não entende da onde vem tanta tristeza. Por um bom tempo eu fiquei observando a quarta pessoa, ele tinha um sono um tanto profundo, mas era um sono turbulento, o sono da exaustão, do cansaço de um dia longo, triste, o dia que ficará marcado para sempre não só na vida dele mas de tantos quantos souberam do acontecimento mais triste de 2010. Ele naquela noite foi a minha maior preocupação, eu sentia um medo que algo pior acontecesse com ele, estava com medo de pegar no sono e não ouvir um choro, ou um pedido de ajuda.
Enfim, todos os quatro dormiram, ou fingiram muito bem.

O acontecimento.

Perdemos um amigo, um primo, um filho, um músico, um estudante, um recitativo nas RJM (reuniões de jovens e menores), uma saúde de ferro, um lindo menino, enfim, materialmente perdemos muito, ele deixou uma saudade eterna.

Nem todas as palavras mais belas deste mundo descreveria este sentimento o qual estamos sentindo neste momento.
Agora, eu só tenho a agradecer ao bom Deus por confortar os corações tristes e aflitos.
E nestes últimos dias eu lembrei do Brenno em todas as horas do dia.

Este será mais um texto que não terá fim, pois palavras as vezes machucam mais que o nada escrito.

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